Vocês me desculpem a avalanche de atualizações (inclusive entre hoje e amanhã vou postar outra receita), mas é que vi por aí esse vídeo e estou completamente apaixonada. Eu sempre digo que a geração dos nossos filhos vai salvar esse mundo, e esse garotinho lindo, de apenas 12 anos, vai ajudar a fazer isso.
Biel já tem um currículo invejável e uma linha de pensamento muito mais sensata que a maioria esmagadora dos adultos. Vejam trechos da bio dele no Facebook:
“12 anos, mini-Chef desde os 8 anos, vegetariano, nômade, unschooler, ama cozinhar, marcenaria, cinema, arquitetura ecológica, animais livres. Criador dos programas Arte na Cozinha, Cozinhando com Maes de Primeira, Cozinhando com as Estrelas e FIB – Felicidad Interior Bruta (em espanhol).
Autor do livro “Meu Diário para Jamie Oliver – Realizando Sonhos e Inventando Receitas” que será lançado em junho/2014 na BioBrazil Fair. Empreendedor social, criou a Escola com Asas”
Eu não vou entrar em méritos sobre ideologia alimentar ou o unschool para não levantar polêmicas (acho que a minha militância pró-alimentação saudável já levanta bastante). Mas destaco aqui alguns pontos da palestra que ele deu no TEDxCampos em 2012, quando ele tinha apenas 10 anos.
Sobre Fast Food:
“Eu aprendi que, por dia, morrem 38 mil crianças, e metade dos cereais que deveriam alimentá-las vai para a criação de gado. Esse gado vira carne, e a maior parte dessa carne é vendida como fast food, hambúrgueres, nuggets, etc. E eles ainda têm a cara de pau de pedir as moedinhas do troco da comida que vendem para doas às crianças doentes. Isso é um absurdo, literalmente”.
(soco no estômago, né?)
Sobre a alimentação destinada a crianças em menus infantis de restaurantes – e por que não em casa, não é?:
“Vou fazer um menu infantil, porque nenhuma criança merece só comer nuggets, batatinha frita e espaguete à bolonhesa.”
(e nem papinhas enlatadas)
E mais uma vez sobre fast food e a péssima qualidade da alimentação das crianças hoje em dia:
“Tudo ou quase tudo que nos dão para comer tem hormônios, nitrito, conservante enlatado, enquanto um bilhão de pessoas passa fome. Eu não posso competir com as grandes empresas de fast food, mas eu posso entrar em cada casa, com a TV e a internet, e mandar as famílias já para a cozinha!”
Uma das minhas maiores aspirações quando estou cozinhando à noite as refeições para o dia seguinte da Eduarda é poder ver ela crescer e vir me ajudar na cozinha: bater um bolinho, mexer nas panelas, provar o que eu estou fazendo “roubar” comida. Cozinhar, para mim, é um ato de amor. É uma atitude respeitosa que estou tendo com a minha filha quando dedico algumas horas dos meus dias para a preparação de refeições que contenham, acima de tudo, amor.
É fácil? Não, não é. Dá certo sempre? Não, não dá.
Às vezes estou cansada, às vezes doente. Mas aí eu penso: se eu não fizer, do que ela vai se alimentar amanhã? Comida pronta, sem gosto? Sim, deve ser mais fácil pegar um potinho insosso na prateleira de um supermercado e ler no rótulo aquele zilhão de “vitaminas” e propriedades “nutritivas” que têm o papel de aliviar a consciência de quem está comprando.
Mas e o prazer de alimentar a minha filha e vê-la raspando o pratinho? Isso aí não tem hora de sono que compense (hoje em dia eu converto tudo em horas de sono hahahah). É assim que me realizo, que sinto que estou fazendo diferença. Eu não desisto. Eu tento, eu passo horas cozinhando quando ela está dormindo, se dá errado eu recomeço, se ela não quer comer, eu mudo a receita. Mas desde o molho de tomate que uso na comida dela até o bolinho de lanche, tudo é feito por mim e eu me orgulho MUITO disso, obrigada.
Há algumas semanas atrás eu prometi a mim mesma não me pronunciar sobre as minhas convicções ou o que eu defendo com unhas e dentes por medo de soar agressiva. Mas, como disse Biel: “Percebi que sou um grãozinho de sal nesse tempero todo. Mas um grãozinho teimoso”. Escrever isso me fez aliviar hahaha
Assistam o vídeo. Reflitam sobre o que esse menino diz. Amem suas crianças não apenas com palavras, mas também com atitudes. Alimentem-as, dediquem-se a elas. Ouçam, respeitem, aprendam a interpretar seus choros, sorrisos e aspirações. Deem colo, deem mimos, não terceirizem a maternidade/paternidade. Não é fácil, não é um conto de fadas 24horas ao dia. Mas é muito compensador.
Para conhecer o trabalho do Biel Baum, meu futuro genro ahahahhah
Escola com Asas
Exchangenius
Buscamos o Paraíso
Palestra na TEDxCampos
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