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Ensinando Crianças a Comerem Melhor

Vocês me desculpem a avalanche de atualizações (inclusive entre hoje e amanhã vou postar outra receita), mas é que vi por aí esse vídeo e estou completamente apaixonada. Eu sempre digo que a geração dos nossos filhos vai salvar esse mundo, e esse garotinho lindo, de apenas 12 anos, vai ajudar a fazer isso.

Biel já tem um currículo invejável e uma linha de pensamento muito mais sensata que a maioria esmagadora dos adultos. Vejam trechos da bio dele no Facebook:

biel“12 anos, mini-Chef desde os 8 anos, vegetariano, nômade, unschooler, ama cozinhar, marcenaria, cinema, arquitetura ecológica, animais livres. Criador dos programas Arte na Cozinha, Cozinhando com Maes de Primeira, Cozinhando com as Estrelas e FIB – Felicidad Interior Bruta (em espanhol).
Autor do livro “Meu Diário para Jamie Oliver – Realizando Sonhos e Inventando Receitas” que será lançado em junho/2014 na BioBrazil Fair. Empreendedor social, criou a Escola com Asas”

Eu não vou entrar em méritos sobre ideologia alimentar ou o unschool para não levantar polêmicas (acho que a minha militância pró-alimentação saudável já levanta bastante). Mas destaco aqui alguns pontos da palestra que ele deu no TEDxCampos em 2012, quando ele tinha apenas 10 anos.

Sobre Fast Food:


“Eu aprendi que, por dia, morrem 38 mil crianças, e metade dos cereais que deveriam alimentá-las vai para a criação de gado. Esse gado vira carne, e a maior parte dessa carne é vendida como fast food, hambúrgueres, nuggets, etc. E eles ainda têm a cara de pau de pedir as moedinhas do troco da comida que vendem para doas às crianças doentes. Isso é um absurdo, literalmente”.

(soco no estômago, né?)

Sobre a alimentação destinada a crianças em menus infantis de restaurantes – e por que não em casa, não é?:


“Vou fazer um menu infantil, porque nenhuma criança merece só comer nuggets, batatinha frita e espaguete à bolonhesa.”

(e nem papinhas enlatadas)

E mais uma vez sobre fast food e a péssima qualidade da alimentação das crianças hoje em dia:

“Tudo ou quase tudo que nos dão para comer tem hormônios, nitrito, conservante enlatado, enquanto um bilhão de pessoas passa fome. Eu não posso competir com as grandes empresas de fast food, mas eu posso entrar em cada casa, com a TV e a internet, e mandar as famílias já para a cozinha!”

Uma das minhas maiores aspirações quando estou cozinhando à noite as refeições para o dia seguinte da Eduarda é poder ver ela crescer e vir me ajudar na cozinha: bater um bolinho, mexer nas panelas, provar o que eu estou fazendo “roubar” comida. Cozinhar, para mim, é um ato de amor. É uma atitude respeitosa que estou tendo com a minha filha quando dedico algumas horas dos meus dias para a preparação de refeições que contenham, acima de tudo, amor.
É fácil? Não, não é. Dá certo sempre? Não, não dá.
Às vezes estou cansada, às vezes doente. Mas aí eu penso: se eu não fizer, do que ela vai se alimentar amanhã? Comida pronta, sem gosto? Sim, deve ser mais fácil pegar um potinho insosso na prateleira de um supermercado e ler no rótulo aquele zilhão de “vitaminas” e propriedades “nutritivas” que têm o papel de aliviar a consciência de quem está comprando.
Mas e o prazer de alimentar a minha filha e vê-la raspando o pratinho? Isso aí não tem hora de sono que compense (hoje em dia eu converto tudo em horas de sono hahahah). É assim que me realizo, que sinto que estou fazendo diferença. Eu não desisto. Eu tento, eu passo horas cozinhando quando ela está dormindo, se dá errado eu recomeço, se ela não quer comer, eu mudo a receita. Mas desde o molho de tomate que uso na comida dela até o bolinho de lanche, tudo é feito por mim e eu me orgulho MUITO disso, obrigada.

Há algumas semanas atrás eu prometi a mim mesma não me pronunciar sobre as minhas convicções ou o que eu defendo com unhas e dentes por medo de soar agressiva. Mas, como disse Biel: “Percebi que sou um grãozinho de sal nesse tempero todo. Mas um grãozinho teimoso”. Escrever isso me fez aliviar hahaha
Assistam o vídeo. Reflitam sobre o que esse menino diz. Amem suas crianças não apenas com palavras, mas também com atitudes. Alimentem-as, dediquem-se a elas. Ouçam, respeitem, aprendam a interpretar seus choros, sorrisos e aspirações. Deem colo, deem mimos, não terceirizem a maternidade/paternidade. Não é fácil, não é um conto de fadas 24horas ao dia. Mas é muito compensador.

Para conhecer o trabalho do Biel Baum, meu futuro genro ahahahhah

Escola com Asas 
Exchangenius 
Buscamos o Paraíso 
Palestra na TEDxCampos 
Página no Facebook

Smash the Healthy Cake!!

Jesus, quanta poeira em um blog só!

Juro que continuo cozinhando e tenho até fotos de receitas para postar, mas está difícil. Eduarda está crescendo, engatinha, se arrasta, fica em pé segurando nos móveis, cai… Tem deixado a mamãe aqui quase sem coluna, principalmente por toda a gostosura saudável da pequena, com 10,2kg de pancinha e dobrinhas! Coisa mais linda do mundo!
Além disso, temos os preparativos para a chegada do primeiro aniversário da pequena, que completa um aninho no dia 2 de abril. Parece que foi ontem que aquela coisinha pitinininha chegou ao mundo, deixando a minha vida com outro sentido….

Um desses preparativos é o lindíssimo ensaio “Smash the cake”, onde o bebê estraçalha o bolo de aniversário para marcar a chegada de seus primeiros 365 dias. Aí vocês pensam: “Mas a Raquel tá louca da vodka a essa hora, liberando bolo doce assim pra Eduarda, sem mais nem menos”.
E eu digo: NÃAAAAAAAAAAO, NÃO ESTOU hahahha.

Quebrei muito a cabeça para fazer um bolo para o ensaio. Todo mundo me dizia: “Não, mas nem te preocupa que eles não comem o bolo! Só amassam!”. Como se eu não conhecesse a minha draguinha… eu tinha CERTEZA que ela iria comer nem que seja um pedaço. E eu estava certa.

Catei milhares de receitas e decidi fazer um naked cake. Até porque a Eduarda nunca tinha comido nada que não fossem frutas, o bolo de iogurte e os cookies de banana com aveia. Algo diferente disso não iria chamar a atenção dela. Eu precisava de frutas e de cara de bolo. Porque bagunça só com frutas ela faz o dia inteiro, e está tudo documentado. Eu queria algo que não abrisse mão dessa nova tradição mas que fosse saudável. Porque não me agrada a ideia de com um ano “liberar tudo”.

O ensaio foi no dia 15, um sábado pela manhã. No dia 14, sexta-feira, mamãe ficou até 2h da manhã na cozinha para fazer a massa do bolo, que foi montado na manhã seguinte.

Fiz uma massa de pão de ló, receita adaptada.

INGREDIENTES:

4 gemas de ovo
4 claras de ovo em neve
1 xícaras de chá de farinha de trigo
1 xícaras de chá de farinha integral
1 xícara de açúcar mascavo
1 colher (sopa) de fermento químico em pó
1 xícara de chá de Água fervente

USAR BATEDEIRA PRA NÃO MORRER DE CANSAÇO E SEM UM BRAÇO!

Bati as gemas com a água fervente até a espuma subir bastante, chegando nas bordas. Acrescentei o açúcar mascavo e bati mais um pouco. Com a batedeira ainda ligada, juntei a farinha integral e a de trigo aos poucos e deixei bater por + ou – 20 minutos. Tem que bater tudo isso, senão não dá certo, ok?
Desliguei a batedeira, coitada, e misturei as claras batidas em neve e o fermento com movimentos suaves. Despejei em uma assadeira redonda sem furo no meio, untada com manteiga (MANTEIGA, NÃO MARGARINA) e polvilhada de farinha…
Antes de colocar no forno eu dei umas batidinhas na assadeira com a massa contra a mesa. Assim, as bolhas de ar desmancham e não se corre o risco de quebrar o bolo quando desenformar.
Assei em forno quente (250°C) nos primeiros dez minutos e depois em forno médio (180°C) por mais 20. Desenformei ainda morno.

Fiz o processo duas vezes, para que o bolo tivesse duas camadas.

Com as partes do bolo feitas, parti pro recheio.

INGREDIENTES:
Dois potes de iogurte natural sem açúcar e sem sabor
Duas bandeijas de morangos
Dois potinhos de mirtilos
Algumas unidades de acerola.

Despejei um pote de iogurte natural no bolo e coloquei os morangos fatiados e os mirtilos. Coloquei alguns morangos em pé e coloquei a outra camada do bolo. Fiz o mesmo processo para a “cobertura”: um pote de iogurte e as frutas.

Obviamente, Eduarda devorou o iogurte, as frutas, pedaços da massa. O ensaio ficou lindo e eu não tive dores de cabeça.

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Post de retorno + A importância da amamentação

Gosto de bater nessa tecla do aleitamento materno porque parece que ainda causa espanto. Essa semana fomos viajar e, consequentemente, tivemos contato com outras pessoas que não convivem conosco. É impressionante o número de pessoas que se surpreende positivamente com o fato de Eduarda mamar no peito e não tomar nenhum outro tipo de leite. Ela está prestes a completar um ano e estamos aqui, firmes e fortes, rumo à amamentação prolongada. É bem gostoso ouvir das pessoas: “Meu deus, tu dá fermento pra essa menina?” E eu respondo: “Dou! Dou leite materno!”, toda orgulhosa!

Nessa viagem fomos visitar a família do Fábio. Interior é uma coisa muito gostosa, e se aqui Eduarda ganha couve, espinafre, abobrinha e pimentão da hortinha da vó Maria, lá ela ganhou vagem, acerola, pitanga… tudo orgânico, plantado nos fundos de casa, sem agrotóxico nenhum. Colheu acerola do pé e comia direto, encheu a pancinha. É muito gostoso ver que as pessoas reconhecem que a alimentação da Eduarda é o mais saudável possível e não tratam isso como frescura. Pelo contrário: ajudam e apoiam.

Bom, como nós fizemos bate e volta, o tempo no carro foi longo. Preparei marmitinhas para o caminho, mas era muita novidade para a Eduarda e ela fez uma grevezinha de fome. Não almoçou direito nos dois dias. Ainda bem que tem o mamá e que ela compensou quando estávamos instaladas.

Encaixando com o fato dela continuar mamando e com os últimos pavorosos estudos publicados que colocam em xeque a importância da amamentação, a nossa nutri Thamires Flores preparou um belo tratado sobre amamentação. Deixo vocês com ela!

P.S.: Tô cheia de fotos de receitinhas e não encontro tempo para atualizar. Prometo que ainda essa semana eu encho o blog de receitas outra vez!

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Olá!

Hoje o nosso assunto vai ser os benefícios do aleitamento materno. É eu sei que todo mundo discute esse tema, porém, é um assunto que vale ser discutido e rediscutido muita vezes, afinal mesmo com todas as evidências da superioridade do aleitamento materno, as taxas ainda estão abaixo do recomendado pelos órgãos responsáveis.

Qual a importância do aleitamento materno para a dupla mãe e bebê?  Abaixo alguns dos benefícios que ele trás não somente para o bebê, mas também para a mãe. Surpresos?Muitas mulheres não sabem, mas amamentar também trás benefícios para quem amamenta.  Então, chega de enrolar e vamos para os benefícios do aleitamento materno.

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Evita diarreias:Há evidências de que o aleitamento materno oferece proteção contra diarreia.  Vale ressaltar que essa proteção diminui quando o aleitamento deixa de ser exclusivo. Oferecer ao bebê chás e água pode dobrar as chances de diarreia.

Evita infecções respiratórias:Segundo estudos o aleitamento materno diminui os riscos de infecção respiratória, principalmente nos 6 primeiros meses de vida.

Diminui os riscos de alergia: Estudos mostram que aleitamento materno diminui os riscos de alergia à proteína do leite de vaca, dermatite atópica, e outros tipos de alergias incluindoa asma.

Diminui os riscos de hipertensão, diabetes e colesterol alto:Há evidências de que o aleitamento materno apresente benefícios em longo prazo. Segundo uma revisão apresentada pela OMS, 2007 as crianças amamentadas apresentaram pressão arterial mais baixa, níveis menores de colesterol total e risco 37% menor de apresentar Diabetes tipo 2.  Não só o bebê que mama diminui os riscos de DM tipo 2, como também a mãe (15% a menos de chances de desenvolver a doença).

Reduz as chances de obesidade: A maioria dos estudos que avaliaram a relação entre a obesidade em crianças maiores de três anos e o tipo de alimentação nos primeiros anos de vida constatou menor frequência de sobrepeso/obesidade em crianças que receberam aleitamento materno.  Entre os mecanismos envolvidos nessa proteção está o melhor desenvolvimento da autorregularão da ingestão dos alimentos e a composição do leite materno participando do processo de programação metabólica.

Melhor Nutrição: O leite materno possui todos os nutrientes essenciais para o crescimento e desenvolvimento da criança, além de ser mais bemdigerido quando comparado aos outros leites.  É capaz de suprir sozinho as necessidades nutricionais do bebê nos 6 primeiros meses de vida, e continua sendo uma fonte importante de nutrientes até o segundo ano.

Efeito positivo na inteligência: Segundo estudos o aleitamento materno melhora o desenvolvimento cognitivo.

gordinha repousando na viagem depois de mamar litros e litros :)
gordinha repousando na viagem depois de mamar litros e litros :)

Melhor desenvolvimento na cavidade oral: O movimento que a criança faz para sugar o leite da mama é importante para o desenvolvimento adequado da cavidade oral.

Diminui as chances de desenvolvimento de Câncer de mama: Já está bem estabelecida a associação entre aleitamento materno e redução do câncer de mama. Segundo estudos para cada 12 meses de duração da amamentação os riscos de desenvolver a doença diminuem em 4,3%.

Promoção do vínculo afetivo entre mãe e filho: a amamentação prazerosa, os olhos nos olhos e o contato contínuo entre a mãe e o bebê fortalecem os laços afetivos, oportunizando a troca de afeto, o sentimento de segurança e proteção na criança e de autoconfiança e realização na mãe.

Esses são bons motivos para incentivar o aleitamento materno.

Beijinhos e até o próximo Post

539001_370196176382494_744758172_nA Thamires Flores é formada pela Unifra, de Santa Maria, especialista em Gestão e Atenção Hospitalar com ênfase em Hemato-Oncologia. Mas a gente vai fazer ela se apaixonar por nutrição infantil :)
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Página no Facebook: Thamires Flores Nutricionista e Personal Diet

Introdução Alimentar: relato e dicas

Vou falar aqui sobre introdução alimentar. Mas, atenção: digo e repito aqui que não sou especialista em nada (a minha formação está ali no cantinho, na página principal). Sou apenas uma MÃE contando sua experiência.

Passados os seis meses de aleitamento materno exclusivo, chegou a hora da primeira papinha. Sim, o momento é muito esperado com ansiedade pelas mães. Principalmente para aquelas que voltam a trabalhar antes do término dos seis meses e dependem da ordenha diária para alimentar seus bebês (NADA DE ANTECIPAR A INTRODUÇÃO ALIMENTAR).
Nosso pensamento é que as coisas mudem do dia para a noite, mas não é assim. Até um ano, o leite materno é o principal alimento do bebê e você vai agradecer aos céus ou a quem você acreditar pela amamentação.

Isso porque haverá momentos difíceis: seu lindo bebê não vai querer comer, vai te enxergar e querer só mamar, mamar e mamar. Vai fazer cara feia para a comida que você preparou com todo o afeto do mundo. Vai deixar o prato intocável ou vai tocar uma ou duas colheradas e babar tudo, inutilizando a papinha. Quando isso acontecer, quando ele não quiser se alimentar, você tem o maior trunfo nutricional: o mamá.

Então, minha principal dica é: NÃO SE DESESPERE, TENHA PACIÊNCIA.

Aqui em casa começamos com um mamãozinho papaia. Fruta macia, de fácil digestão, docinha, gostosa. Tirei as sementes, coloquei em um pratinho e ofertei à Eduarda, ainda no carrinho. Na primeira colherada ela deu uma cheirada (???). Analisou. Decidiu abrir a boca. E comeu. E assim foi, devagar, uma atrás da outra. Deve ter comido umas cinco colherzinhas de mamão. VITÓRIA.

Repeti a fruta por três dias. Foi um excelente começo. Ela mamava bastante, comia sua frutinha no meio da tarde, continuava mamando e assim ia. Passados alguns dias de adaptação, eu não lembro ao certo quantos, passei para os “salgados”. Acredito que Eduarda devesse ter uns seis meses e meio, por aí.

Primeiro mamãozinho
Primeiro mamãozinho

Percebam o que eu fiz: cozinhei uma cenoura hahahahaha Amassei e dei pra ela. Ela ODIOU. Não tocou, fez cara feia, não forcei. Decidi trocar logo depois, fazer uma batatinha amassada. A aceitação foi melhor. Eu tinha muito medo de fazer alguma coisa muito forte, uma combinação de ingredientes que fizesse mal à Eduarda. Eu fui cautelosa até demais nesse sentido.

Então, decidi fazer uma refeição pra Eduarda. Não vou colocar aqui o passo a passo com fotos, porque se eu faço isso pra Eduarda ela vai me olhar tipo “cadê meu banquete?” hahahah, mas dentro do que eu me lembro, esses foram os ingredientes:

– pedaço pequeno de abóbora
– duas folhas de couve bem picadinhas
– um pedaço pequeno de cebola
– um pouco de salsa bem picadinha
– uma colher rasa das de café de óleo de girassol

Piquei todos os ingredientes, refoguei a cebola no óleo, coloquei água mineral (sem gás, né gente), soltei a abóbora e as folhas de couve e depois a salsinha. Deixei cozinhar, AMASSEI e servi. Sem liquidificador ou peneira. Amasse com o garfo, porque o bebê precisa exercitar a mastigação.

Essa foi a primeira “refeição” “salgada” da nossa filhota.

Aqui em casa, eu fui colocar pitadinha de sal na comida quando Eduarda completou dez meses, para ir acostumando lentamente o paladar dela à comida da casa, já que daqui a pouco ela completa um ano e já pode comer a nossa comida (ou melhor, nós comermos a comida saudável dela hahahhaha).

Essa papinha eu repeti por uns três dias, SÓ NO ALMOÇO. Introduzi janta quando Eduarda tinha mais de sete meses. Nos intervalos, sempre leite materno.

Depois, tem a papinha sequencial, com mais ingredientes. Pelo que eu me lembre, foi essa aqui:

Caldinho de Legumes
1 inhame
1 cenoura
1 batata
1 tomate sem pele e sem sementes, e de preferência absoluta orgânico
Salsa e cebolinha
1 pedaço pequeno de cebola
1 rodela e alho poró
1 colher de chá de óleo
Refogue no óleo a cebola, o alho poró e o tomate. Quando estiver douradinho, solte os outros ingredientes picados, a salsa e a cebolinha e complete com água. Deixe cozinhar bem e sirva amassado.

Tenho várias receitas e vou postando assim que der e que eu conseguir organizar o blog para tornar mais ~profissional~ hahahaha

Papinha com beterraba, que a Eduarda foi amante por MUITO tempo
Papinha com beterraba, que a Eduarda foi amante por MUITO tempo

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Existem grupos de alimentos que podem ajudar a mãe a elaborar as primeiras papinhas, fazendo combinações que os bebês prefiram. O ideal é que as papinhas contenham um item de cada grupo nas primeiras semanas. Depois, elas passam a ficar mais elaboradas.

Grupo 1 (carboidratos): batata, batata doce, mandioca, inhame, quinoa, aveia, abóbora, mandioquinha, milho.
Grupo 2 (legumes e verduras): cenoura, beterraba, couve-flor, abobrinha, brócolis, quiabo, chuchu, berinjela, jiló, rabanete, nabo.
Grupo 3 (folhas): couve, alface, rúcula, repolho, chicória, almeirão, agrião, escarola, espinafre, broto de feijão, mostrada, radicci.
Grupo 4 (carnes): carnes de boi, frango, peixe. No começo, eu retirava a carne para oferecer à Eduarda, mas a recomendação é que elas devem ser moídas ou desfiadas e fazer parte da papinha.

PARA DAR GOSTO: Como já disse, nada de sal por aqui. Mas comida sem gosto ninguém merece. então, sempre usei temperos naturais e frescos: manjericão, salsinha, sálvia, orégano, alho poró, alho, cebola, cebolinha…

OVO: sempre ofereci aqui em casa. Primeiro, 1/4 do ovo inteiro, depois, 1/2 e assim por diante. Hoje, Eduarda AMA ovo e come inteiro.

ARROZ, FEIJÃO, LENTILHA, GRÃOS DIVERSOS: Preferi dar depois, quando ela já estava comendo melhor. Também nunca dei o caldo do feijão ou da lentilha, sempre dei com o grão.

PAPINHAS DOCES: no começo, não combinava frutas, sempre uma fruta in natura. Depois, fui combinando. Comecei com as seguintes frutas: maçã, banana (qualquer tipo), mamão papaya. Hoje, Eduarda come praticamente todas as frutas que eu conheço e até mais.

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Estraçalhando uma pêra de sobremesa.

SOBREMESA: Passei a incluir há mais ou menos um mês. Sempre dava leite materno como sobremesa no almoço – e ainda dou – Ela se esbalda mesmo é na janta, quando dou uma laranja pra ela chupar depois de comer.

LEITE MATERNO: Sempre ordenhei para ela levar para a escolinha. Levava de 200 a 250ml de leite para tomar nos intervalos das refeições na manhã e mais 200 – 250ml à tarde. Além disso, mamava em casa. Hoje, com quase onze meses, Eduarda só mama em casa, mas mama em livre demanda e bastante. Não tem hora para mamar, às vezes até minutos antes da janta hehehehe

SUCO: Muito raramente, prefiro que ela tome água (e essa é a recomendação até um ano). Só lancei mão de sucos nos calores que fizeram naquelas semanas, de 40 ºC. Fazia de melancia, sem água e, no máximo, 100ml

PÃES, BOLACHAS, BISCOITOS, FARINÁCEOS: Proibidíssimo lá em casa antes de um ano.

IOGURTE NATURAL: Esse, fui ofertar aos dez meses também, batido com alguma fruta e em pequenas doses, só pra diversificar o lanche. NUNCA depois de refeições como almoço e janta, já que o cálcio presente dificulta a absorção de ferro.

CONSISTÊNCIA: Não gosto de regras. Não acho que a mãe PRECISE fazer BLW com o bebê para se sentir “por dentro” da coisa. Aqui, as papinhas eram amassadas e misturadas no começo. Depois, aos sete meses, passei a separar ingredientes, em pedacinhos maiores. Dei pedaços inteiros quando me senti confiante e comecei com coisas que eu sabia que ela não poderia engasgar facilmente: metade de laranja sem semente, melancia, pêssego inteiro, brócolis, couve-flor. Daí, acostumou e não gosta muito de uma colher na boca dela, então eu faço bolinhos, como vocês podem ver aqui. Hoje, a comida da Eduarda não é amassada, é pratinho de gente grande, mesmo.

DIFICULDADES:Eduarda não comia todas as vezes que a comida era ofertada. Depois que estávamos mais “firmes” no almoço, ela adquiriu uma amigdalite. Voltamos ao aleitamento materno exclusivo por uma semana, já que ela não queria comer nada. Tive que me afastar do trabalho nesse período para garantir que ela mamasse o quanto quisesse. Parecia que eu tinha novamente uma recém nascida em casa. Nessa fase, não desisti de fazer as comidinhas dela e aí lancei mão do mixer, para deixar quase líquida. Era o jeito que ela aceitava. Depois, voltei a dar amassada, daí em pedaços maiores e assim foi.

CONSELHOS, SE EU PUDER DAR: Mesmo que seu bebê não coma, sempre faça sua comidinha. Não caia nos industrializados, cozinhe com amor, com afeto, com carinho. Tenha paciência, amamente sempre que ele quiser e não se desespere. Ele vai sentir gosto pela comida naturalmente. Não dê nada que vicie seu paladar: sal, açúcar, industrializados como aqueles caldos prontos. Opte sempre pelo natural.
Não reutilize a papinha, a não ser que ela não tenha tido contato com a saliva do bebê.
Não force a barra. Não quer, não quer. Paciência. Não quer jogar fora? Coma um pouco. Mas não faça da alimentação uma hora traumática.
Não caia na besteira de dar comida em frente à tv ou com o bebê brincando. Ele tem que saber que é hora da comida e nada mais. E faça disso algo divertido para vocês, junto com a família, conversando.

Refeições sempre foram eventos lá em casa. Aqui, almoço de negócios com o Dadai
Refeições sempre foram eventos lá em casa. Aqui, almoço de negócios com o Dadai, bem novinha!

Espero ter ajudado de alguma forma! Se precisarem de dicas e eu ter, peçam nos comentários.  Esse post eu fiz em “homenagem” à Dany, e ao Artur, que logo logo vai começar a comer. Boa sorte pra vocês!

Bolinho de Espinafre, Legumes ao forno e agradecimento

Gente, faz cinco dias que não posto receita aqui! Que feio! hahahaha

Hoje postarei somente acompanhamentos. Tenho cozinhado bastante aqui em casa, mas algumas coisas são mais “comunzinhas”, daí não sei se vocês querem ou não. Não que as receitas que posto sejam sofisticadíssimas, lógico :P

Bem, outro dia fui ao supermercado e vi um atado de espinafre lindo. Decidi comprar e ver o que poderia fazer para a Eduarda com ele que não fosse sopa ou refogado. Então, lembrei de um bolinho que minha avó fazia na versão frita e adaptei à casa. 

BOLINHO ASSADO DE ESPINAFRE
Ingredientes:
– Folhas de espinafre cortadas miúdas
–  Duas colheres de sopa de aveia
– Ovo cru
– Cebola picada
– Alho 
– Farinha integral para dar liga

Piquei a cebola, o alho e o espinafre bem miudinhos. Em uma tigela, coloquei os ingredientes junto ao ovo cru e às colheres de aveia (eu sou fã de aveia na comida da Eduarda, dá liga e ainda ajuda no trato intestinal dela). 

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Misturei tudo e depois acrescentei a farinha de trigo integral. Não muito, porque pode deixar duro o bolinho. Fiz bolinhas e coloquei na assadeira untada. Deixei até dourar. 

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Pratinho de hoje: bolinhos, feijão com arroz e purêzinho de abóbora.
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Imagina se não gostou dos bolinhos??? hahahahha

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Bem, inspirada no Panelaterapia, fiz o papelote de legumes aqui em casa.  Piquei estilo julienne batata inglesa, cenoura e vagem. Temperei com orégano, óleo de milho e alho ralado. 

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Notem que o papelote está com a parte opaca do papel alumínio para fora, e é assim mesmo que se usa. Também descobri faz pouco hahahahah
Deixei no forno uns 30 minutos, mas abri e verifiquei que não estavam molinhos, então deixei mais uns 20. Chegou a dar uma queimadinha no fundo, mas nada demais. Ficou muito saboroso, “parecendo comida de hotel”, como disse o  Fábio <3 

MUITO OBRIGADA

Hoje foi a consulta de rotina da pediatra da Eduarda, a Dra. Ilcione. Ela está ótima, ganhou peso acima da média outra vez (sim, é comilona) e tudo com alimentação saudável, longe de calorias vazias (açúcar etc) e com muito leite materno. Isso que esse mês eu achei que ela não teria ganho peso o suficiente, porque ela fez uma grevezinha de fome e os dentes estão pipocando na boca. Mas a gordinha é firme e forte, boa de garfo, não nega nada! 
Quando chegamos na consulta, a dra. me mostrou uns papeizinhos que estavam na sua mesa. Eles continham o endereço do nosso blog, que ela entrega para as mães como sugestão! Gente, eu achei o máximo. Fiquei realmente muito orgulhosa. Principalmente porque essa semana eu pensei em desistir do blog e parar de escrever. Tudo por comentários anônimos (estamos de olho) de gente que acha que eu devo fazer algum mal muito grande em alimentar minha filha de uma maneira saudável e divulgar receitas. Hoje eu vi que estamos pelo caminho certo, que temos uma filha agradavelmente gordinha e que vale a pena cada hora na cozinha. Minha maior expectativa é minha princesa crescer e poder me “ajudar” com as panelas. Aí eu morro do coração!
Também quero agradecer os comentários, as sugestões de links que várias amigas minhas deixam aqui, no meu facebook… as visitas, que crescem a cada dia e dizer que, dentro do que eu puder, sempre vou tentar ajudar. Estamos em uma constante evolução e aprendizado e acredito que  em muitas coisas eu e as mães que visitam aqui precisamos bater de frente. É preciso fazer alguma revolução, engajar-se em algo que se acredita, defender suas convicções. Sejamos tolerantes umas com as outras, sim, mas mantenhamos nossas crenças. Vamos respeitar para poder exigir respeito. Vamos criar um mundo mais bonitos para nossos filhos e filhos, ensiná-los a ser respeitosos, a não gostarem de intrigas, a buscarem sempre o conhecimento e não viverem como cavalos com viseiras laterais que só podem enxergar em um sentido. Vamos abrir nossos horizontes não só para alimentação, mas para outras causas que consideramos dignas de luta. 
Hoje eu vi uma imagem na fanpage do blog Cientista que Virou Mãe e deu vontade de tatuar a frase, o desenho, tudo. Acho que ela retrata muitas mães especiais, que não se calam, que cansaram do mundo estar como está e que querem mudar de alguma forma. Que nossa mudança comece de dentro. Obrigada :)

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“Flores são encantadoras, mas eu prefiro uma revolução”

Me aconselharam a desmamar

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Em dezembro, me atacando ao ar livre

Isso mesmo. Me aconselharam a desmamar. Não foi parente, não foi gente que eu nunca vi na vida, não foram as fofoqueiras de plantão. Foi um médico.

Sentada em uma cadeira no consultório, após conversas sobre como a minha vida como mãe ia indo, falei com todo o orgulho do mundo: “Ótima. Minha filha come bem, dorme bem, brinca e mama bastante. É fã do mamá dela”.
Eu percebi que ele não estava muito à vontade com isso. De maneira alguma me senti desconfortável, porque defendo minhas convicções e sei que estou fazendo o melhor para a minha filha. Mas antes que eu pudesse piscar, eu ouvi, embasbacada, o seguinte:

“Vou te dizer uma coisa. Tem que desmamar até um ano. Porque depois, fica difícil. Leite já não é alimento depois disso, ele é consolo pra criança. A criança chora, vai querer peito . Vai levantar a blusa da mãe querendo teta, teta, teta. Isso é querer segurança e a mãe tem que explicar para o filho que ela dá segurança sem a teta também. A recomendação de amamentar até os dois, três anos, funciona no nordeste, onde tem criança passando fome! Aqui não faz sentido! Mas os pediatras, eles insistem nessa coisa de amamentação, amamentação e amamentação. Eles gostam de se enganar, costumo dizer isso sempre”.

Fiz cara de alface, repolho, quiabo, qualquer coisa inexpressiva. Eu poderia falar milhões de coisas aqui sobre amamentação. Poderia expor fatos científicos que comprovam os benefícios da amamentação prolongada para a mãe e para o bebê. Poderia reproduzir as recomendações da OMS, poderia rebater todos esses absurdos ditos. Mas não vou fazer nada disso. Eu só lamento. Lamento profundamente que centenas de milhares de mulheres não tenham informações, não participem de grupos no facebook, não tenham orientação correta de profissionais corretos e caiam em fórmulas porque “o leite é pouco”, “o leite não sustenta”, “o pediatra mandou”.

Dói, dói muito o meu coração cada vez que vejo isso e rememoro, durante esses quase 11 meses de maternidade, todos os momentos que passei, especialmente no começo, para amamentar. As críticas, a dor, o cansaço. Mas se teve uma coisa que eu nunca tive foi a dúvida. Nunca duvidei da minha capacidade de amamentar e jamais duvidei do que estava fazendo. Eduarda teve épocas de picos de crescimento que passava 12 horas DIRETO pendurada nos peitos, mamando, sugando. Parecia que não havia mais nada, que ela iria secar a minha fonte, mas nada disso aconteceu. E nem poderia, já que 80% do leite é produzido no ato da mamada (se duvidam, leiam aqui). Não caí na tentação de suprir a necessidade dela sugar com chupeta ou mamadeira. Não dei água, não dei chá, não dei suco.

Sentia fome? Peito
Sentia frio? Peito
Sentia sono? Peito
Sentia cólica (nas raras vezes)? Peito
Queria dengo? Peito
Sentia fome outra vez? PEITO.

Peito sempre, porque peito não é só alimento. Ele é carinho, conforto, mimo, amor, consolo, afeto, dengo. É vida, é o melhor de mim que posso dar pra minha filha. Eu sinceramente achava que, depois de 11 meses, eu não ouviria um tipo de crítica dessas, vinda de um profissional. Mas ouvi, essa “amigável sugestão”. E a minha resposta? Bem… a minha resposta é um grande e sonoro “AQUI PRO TEU CONSELHO”.

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Ainda neni, com poucas semanas

Mães, futuras mães, irmãs, tias, avós, amigas. Tenham em mente que TODA MULHER É CAPAZ DE AMAMENTAR. Salvo raríssimas exceções. Demora, dói, mas depois é só alegria. E vale tanto a pena… Acreditem em vocês, na força que vocês têm. Acreditem que é possível, que a saúde dos nossos filhos e filhas agradecerá no futuro. Apoiem a mãe que estiver ao lado tentando amamentar. Incentivem, não digam que ela não pode, que ela amamenta muito, que ela amamenta pouco. É desconfortável, é constrangedor. Se não há nada de importante a ser dito, não diga. Se você não concorda com amamentação, não compartilhe sua opinião com a mãe que acredita que pode e que deseja amamentar. A amamentação não é “problema” só da mãe e do bebê. É dos familiares, dos amigos, dos parentes, dos vizinhos, do cônjuge, da escolinha, do empregador, da vizinha fofoqueira, da que não é vizinha, mas que também é fofoqueira. É papel daqueles que estão ao redor da mãe incentivar, apoiar, aconselhar e estender a mão amiga. SEMPRE.

Eu vou continuar. Mas vou continuar porque não me deixei levar. Porque sei que tanto eu quanto a minha filha precisamos desse ato. Mas dezenas de mães que passam por aquela cadeira desmamaram seus bebês por influência. E aí? Como é que fica? A criança ter o peito arrancado, de uma hora pra outra, porque fulano que ela NEM SABE QUEM É aconselhou.

Difícil, minha gente… Deixo vocês com um excelente texto do Dr. Moises Chencinski: MAMASTÊ

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A primeira mamada, ainda na recuperação. Pelo nosso fotógrafo, paizão e namoradão amado. <3

FAQ – Frequently Asked Questions sobre alimentação. Ou “cala a boca e me deixa, pô!”

Uma mãe elaborou uma FAQ muito criativa sobre amamentação. Afinal, a todo momento é preciso responder sobre nossos filhos e como eles mamam. Parece que quando viramos mãe, nossa vida vira de domínio público: todo mundo quer saber dos nossos peitos, do nosso corpo, do nosso bebê. Todo mundo tem algo a dizer, a aconselhar. Alguns conselhos são bem vindos, outros merecem uma cara de alface e muita cordialidade. Já outros merecem um “vai pra puta que pariu, faz favor?”

Quando o bebê começa a se alimentar, não é diferente. Adaptei uma FAQ para essa fase, baseada na sobre amamentação que vi por aí. É imprimir e dar pros palpiteiros lerem. Ou grudar na testa, por via das dúvidas.

1. Nossa, sua filha é tão grande! Ela ainda mama?
Sim. Eduarda tem 10 meses, é um bebê. Ela mama e mamará o quanto quiser. E sim, eu ainda tenho leite. Bastante. A recomendação da OMS é que o leite materno seja o principal alimento do bebê até um ano de vida, fase que ainda são considerados lactentes. Após isso o recomendado é que a amamentação seja mantida até os dois anos ou até a vontade do bebê e da mãe. O desmame deve ser natural e principalmente cordial com a mãe e com sua filha. 

2. Mas ela não chupa chupeta? Não sente falta?
Não dá pra sentir falta do que nunca teve.

3. Ela só come frutas? Nem um docinho? Nada com açúcar, nem um danoninho? Coitadinha…
Não, só frutas. Açúcar deve ser evitado para crianças, principalmente na fase de introdução alimentar, quando elas estão conhecendo os gostos, as texturas. Eduarda vai provar doces, sim, mas ela tem a vida inteira pra isso. Por enquanto, ela come o que eu ofereço. E se oferecer algo sem meu consentimento, vai estar me desrespeitando como mãe. E coitadinha é o %$#%@#$

4. Nada de sal ou uma papinha pronta? Sempre bom na hora do aperto…
Pra hora do aperto eu tenho as comidinhas da Eduarda congeladas. Só descongelar e pronto. Não, nada de sal. A comida da Eduarda é bem temperada com especiarias, alho, tomate, cebola e mais gostosa que muita papinha pronta (que todas, aliás). Foi uma opção minha e eu gostaria que respeitasse. 

5. Mas uma vez não vai fazer mal. Não vai matar.
Criar sobrevivente não é o suficiente pra mim. Pessoas não morrem de imediato por comer algo diferente, mas os efeitos vão se acumulando. Prefiro não arriscar. Oferecer fruta no lugar de doce não mata também, é bom experimentar ;)

6. E quando ela vir as outras crianças comer e também querer?
Por acaso você oferece cerveja ao seu bebê se ele vê você beber e expressa curiosidade? Acho que não. O momento vai chegar.

7. Nem uma bolachinha pra ela roer?
Desculpe, mas estamos falando de bebês ou cachorros?

8. Você se acha muito dona da verdade defendendo uma alimentação e achando que todo mundo tá errado!
Não, não me acho. Tenho muito o que aprender. E não acho que alguém esteja errado. Só que aqui em casa, quem define o certo pra minha filha sou eu. Quando virei mãe, tive a opção de me informar e usufruo da informação que recebi. 

Felizmente aqui em casa tanto eu quanto meu namorado somos respeitados pelas escolhas que realizamos em relação à Eduarda. Sabemos que nossos pais, tios, avós são de outra geração e que alguns conflitos podem existir. Mas somos respeitados nessa questão, porque eles, mais do que ninguém, sabem o quanto nossa filha é saudável. Por aqui as vós fazem lanchinhos adaptados à Eduarda, trazem verduras, assim como o vovô!
O inferno são os outros, mesmo, que não hesitam em palpitar, em rotular de arrogante (principalmente a mim) e falar pelas costas. Nossa vida é feita de escolhas e, pelo amor de deus, elas devem ser respeitadas, sempre buscando o melhor para nossos filhos. Não vou baixar a cabeça para tudo que vejo de errado por aí. Vou expressar a minha opinião e levantar a bandeira para o que acredito. Eu não quero minha filha com problemas para além do peso ou viciada em fast-food na infância.
Outro dia estivemos em um restaurante e Eduarda estava devorando uma fatia de melão à mesa. Uma mãe passou e disse, referindo-se à filha de pouco mais de 3 anos: “A fulaninha não come frutas! Olha o bebê comendo, que coisa querida! E ela gosta, né?” Só assenti com a cabeça e disse que a filha dela era muito linda também. Mas deu vontade de perguntar: “A senhora alguma vez incentivou esse hábito nela? Porque crianças não comem o que não é oferecido até certa idade…” Mas aí é pagar de arrogante-metida-a-besta passível de ameaça na rua e recompensa pela cabeça.

Espero que o texto ajude, ainda que de maneira meio escrachada a dar uma força para as mães que são taxadas de várias coisas só por irem contra a maré. :)

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Nossa família de chatos <3

Mamando depois da licença + receita de sorvete

Esse tema é complexo e até mesmo polêmico. A licença maternidade no Brasil conta com criminosos quatro meses. Digo criminosos porque é um atentado contra a mãe e o filho. O raciocínio é simples: se a Organização Mundial da Saúde orienta a manter o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, por que diabos as leis trabalhistas brasileiras não contribuem pra isso?
No meu caso, tive um facilitador. Tirei 30 dias de férias junto com a licença e pude ficar cinco meses com a Eduarda em casa.
Eduarda sempre foi muito mamona. Mamou ainda na primeira hora de vida e nesse momento nasceu o caso de amor dela com meus peitos. (É incrível, ela tem fascinação pelo mamá, gente).

Quando ela tinha cinco meses, voltei a trabalhar. E aí, o drama: COMO MANTER ATÉ OS SEIS MESES?
Foi difícil. Com muita persistência, ordenha, mastite, eu consegui. Nós conseguimos, aliás.
O que ninguém fala a nós, mães de primeira viagem, é que depois da tão sonhada introdução alimentar, a coisa não fica mais fácil. Isso porque o bebê, acostumado com seu alimento direto da fonte, sem uma colher socada na boca, sempre na mesma temperatura, não vai passar a comer assim, de uma hora pra outra. E a coisa tem que ser devagar. Não adianta entrar em desespero, enfiar comida na criança e o estômago dela virar o samba do criolo doido. É vômito e má digestão na certa.

Foi aí que meu leite começou a diminuir. Desesperada, comprei uma lata de Nan. Eduarda odiou. Gosto horrível tem aquilo. Tomou muito pouco e colocou tudo pra fora. Daí me vi obrigada a encontrar uma solução para o meu problema e garantir que ela levasse o leitinho dela todos os dias para a escolinha. Ordenha, noites mal-dormidas, muita água, muito peito cheio e, advinhem: CONSEGUIMOS.

Somente agora, com dez meses, Eduarda tem mamado apenas em casa. Com a iminente chegada de um ano de vida, a alimentação precisa ser mais rica, e aí sim o leite, que até agora era o alimento principal, vira complementar. Mesmo assim, ela mama bastante: quando acorda, depois do almoço, antes da janta, depois da janta e na madrugada. Ufa! Durante o dia, quando está longe de mim, abusamos de frutas, sorvete caseiro (receita abaixo), água e comidinhas.

O que me deixa triste é que nem todo mundo tem orientação ou o interesse por buscar. Ou até mesmo encontra em alguns pediatras a indicação de antecipar a introdução alimentar em virtude da volta ao trabalho. Antes, eu ficava muito puta com isso. Indignada mesmo. Agora eu acredito que a compreensão é mais acolhedora que a recriminação. Talvez chegue o dia em que os pediatras sigam as orientações e não caiam na tentação de antecipar fases da vida de um bebê.

Vamos ao sorvetinho.

Que faz calor, todo mundo sabe. Calor + dentes = necessidade de refrescância. No corpo e na gengiva.

Desde os nove meses, Eduarda experimenta a delícia de um sorvetinho. Faço em casa, tá louca que vou dar gordura pura pra minha filha só porque sim :P

SORVETE DE BANANA COM MIRTILO

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prazer, mirtilo.

Ingredientes:
– Banana e Mirtilo (cê jura, né)

Corto a banana em rodelas e deixo no congelador por uma madrugada. Coloco o mirtilo inteirinho junto também, bem lavado, com casca.

A quantidade vai depender de quanto você quer comer/dar ao seu bebê. Pra uma porção, que dá mais ou menos uns 200ml, uso duas bananas médias e vários mirtilos (eles são pequenos).

Retiro do congelador, coloco tudo no mixer e bato até virar um creme. Pronto! Já fica docinho, por causa da banana.

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“Mãe, esse sorvete engorda?”

Dá pra fazer com mamão, abacate (que Eduarda odeia, mas dá), goiaba. Essas frutas mais consistentes. Eu gosto com banana, porque ela deixa doce e pastoso. Eduarda devora.

O começo

Decidi começar esse “braço” do Pãozinho no Forno por diversos
fatores.
Quando engravidei, eu não tinha a mínima noção de alimentação de
bebês e crianças. Eu só pensava em amamentar, porque pra mim, era mais do que natural. E continua sendo.

Os meses passaram, Eduarda completou seus seis meses em aleitamento
materno exclusivo e foi chegada a hora das papinhas.
Eu, até então só tocava na cozinha para pizzas e comidas calóricas (que ainda amo muito, é verdade), me vi em um dilema materno:

Aprendo a cozinhar ou caio nos industrializados?

Antes de arrancar os cabelos, respirei, pesquisei e me aventurei na cozinha. E quando a gente realmente gosta e acredita em algo, a gente vai adiante, levanta bandeira, se informa, participa de grupos de discussões, vira assunto, vira “dona da verdade”, vira “vad**”, vira “rainha da cocada preta”, mas levanta a cabeça e segue adiante.

Exagero? Experimentem defender algo que todo mundo é contra ou está
acostumado a fazer de um jeito diferente. Experimentem levantar a
bandeira de uma vida saudável sem ser chamada de “natureba” ou
ouvir um “coitadinha da bebê não tem docinho?” com aquela voz
irritante que as pessoas fazem pra falar com crianças.

Experimentem e me digam. É uma luta diária.

Ainda o outro motivo que me levou a criar o blog foi o incentivo das mães do grupo Alimentação Consciente, no Facebook. Como cada coisa que invento pra minha filha eu posto lá, algumas pediram pra eu reunir receitinhas. E aqui estou :)

Pequenos desabafos à parte, começo o blog com uma informação que
recebi ontem. A Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul faz uma
excelente campanha contra a Obesidade Infantil (aqui está o link)

Folhetos são distribuídos em consultórios (acho que deveria ter em escolas, creches etc hehehehehhe) e eu reproduzo os 10 mandamentos para alimentação saudável aqui para todo mundo ter acesso :)

1. Dar somente leite materno até os seis meses de idade, sem
oferecer água, chás ou outros alimentos
2. A partir de seis meses, introduzir GRADATIVAMENTE outros
alimentos, mantendo o aleitamento materno até os dois anos ou mais
3. Após os seis meses, dar alimentos complementares três vezes ao
dia, se a criança receber leite materno
4. A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de
horários, respeitando sempre a vontade da criança
5. A alimentação complementar deve ser espessa desde o início.
6. Oferecer à criança diferentes alimentos todos os dias
7. Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas
refeições
8. Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas,
salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida.
9. Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos
10. Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar,
oferecendo a alimentação habitual e seus alimentos preferidos,
respeitando sua aceitação.

Eu acrescentaria abolir industrializados, principalmente na fase de introdução alimentar das crianças. Não tem coisa melhor que se lambuzar com uma fruta ou comer uma comidinha caseira. Além de estimular a mastigação (coisa que papas industrializadas não conseguem, pois a consistência é pastosa demais), as crianças podem conhecer o real sabor das coisas e assim já formar a sua preferência.

Quando me perguntam o porquê de eu não dar doces pra minha filha eu respondo que tudo tem seu tempo. E tem mesmo! mas antes que ela conheça chocolate, bolachinha e coisas com açúcar, eu prefiro que ela tenha o paladar bem formado.

Lá na aba “sobre” eu escrevo um pouco mais a respeito do início e da alimentação da Eduarda. Espero que gostem <3